Vamos quebrar o barro?

Comentários: Cristina Braga
[...] Queridos colegas, minha contribuição de hoje é um convite, venho convidá-los a quebrar o barro, vamos? [...]

Na década de 50, monges se preparavam para transferir um grande Buda de barro de seu templo localizado na cidade de Bangkok, na Talândia, para um outro, pois no local iria ser construída uma auto-estrada. Quando o guindaste começou a erguer a imagem, seu peso era colossal e ele começou a apresentar rachaduras. Além do mais, começou a chover. Preocupados com os danos que pudessem ocorrer ao Buda sagrado, os monges resolveram devolver a estátua ao chão e cobri-la com uma lona para protegê-la da chuva.

No meio da noite, um dos monges foi verificar como estava a estátua do Buda. Aproximando sua lanterna para verificar se a chuva não estava molhando a estátua, a luz incidiu sobre a rachadura, fazendo com que o monge notasse um pequeno brilho, o que o mesmo achou estranho. Ao olhar mais de perto, o reflexo da luz o deixou bastante intrigado. Na mesma hora ele foi buscar um cinzel e um martelo no monastério e começou, com todo cuidado, a retirar o barro. À medida que retirava fragmentos de barro, o pequeno brilho se tornava maior e mais forte. Muitas horas de trabalho se passaram até que o monge se deparou com o extraordinário Buda de ouro maciço.

Os historiadores acreditam que anos antes da descoberta do monge, o exército dos birmaneses estava prestes a invadir o Sião (hoje a Tailândia). Os monges siameses, percebendo que seu país seria logo atacado, cobriram seu precioso Buda de ouro com uma camada externa de barro, a fim de evitar que seu tesouro fosse roubado. Ao que tudo indica, os birmaneses massacraram todos os monges siameses, e o bem guardado segredo do Buda de Ouro permaneceu intacto até aquele dia em 1957.

Este Buda de ouro se encontra hoje em um pequeno templo budista de Bangkok, que se chama o “Templo do Buda de Ouro”. Nele podemos nos espantar com a presença de um Buda de Ouro maciço de 3,5 metros de altura. Ele pesa mais de duas toneladas e meia, e está avaliado em quase duzentos milhões de dólares. É uma visão extremamente impressionante. Em uma vitrine há um grande pedaço de barro. Ao lado da vitrine há uma pagina datilografada descrevendo a história acima.

Agora vamos pensar um pouco sobre a história que acabamos de ler: na verdade somos todos como este Buda de barro, quando crianças adquirimos crenças limitadoras, muitas vezes inconscientemente passada para nós por nossos pais, amigos e até professores, com isso assumimos uma máscara social para nos adaptarmos à sociedade, somos cobertos por uma camada de proteção criada pelos nossos medos como se fosse uma camada de barro espessa e dura. Esquecemo-nos que dentro de nós ainda existe um “Buda de Ouro” que são nossos dons naturais, nossos recursos interiores, nossa essência.

Neste exato momento que tomamos consciência disso, Cabe a nós mesmos tomarmos a decisão de quebrarmos o barro, substituindo nossas crenças limitadoras por outras, que irão nos conduzir à realização de nossos sonhos mais ocultos, suprimir nossos medos, potencializando nossos recursos, redescobrirmos nossa essência como seres humanos, pois nascemos para brilhar e para sermos felizes, não importa tudo o que você aprendeu de diferente disso até a data de hoje.

Contribuição: Cristina Braga