segunda-feira, 1 de julho de 2013

Declaração de Amor



[...] Sou uma pessoa humanizada. Sinto-me vivo quando escuto o ressoar de um tambor que trago no peito, o qual vibra quando na presença de outro ser, humano. Acredito que toda sensação de separatividade é uma ilusão, uma ideia fundamentada no distanciamento que somos levados a ter da nossa essência, do nosso eu verdadeiro. Quando iludidos, acreditamos que somos solitários, impotentes, incompletos, vazios.

Sinto que sou abençoado, não por ser diferente ou especial, mas por poder reconhecer o fino fio de ouro que nos une e que não pode ser visto com os olhos da matéria, afinal, “o essencial é invisível aos olhos”. Esse fio que tece nosso destino a cada dia e, imperceptivelmente, vai alinhavando nossos corações e que quando percebemos, estamos revestidos de um dourado brilho, simples e magnífico, de uma beleza indescritível, e que nos desnuda de outras roupas e máscaras que nos distinguem e diferenciam, nos tornando realmente semelhantes. E nos vemos irmãos, amigos, cúmplices, crianças de mãos dadas, dançando a ciranda, celebrando a vida.

Os olhos são chamados de janelas da alma. Quando miro o mundo, me exteriorizo e percebo vocês como “o outro”. Quando miro seus olhos, profundamente, vejo algo mais. Vejo, talvez, algo que não possamos ver em nós mesmos, mas que nos é revelado pelos olhos dos nossos semelhantes. Vejo a mais pura, perfeita e bela manifestação da vida, e agradeço a Deus pela criação. Agradeço por merecer conhecer tantas pessoas maravilhosas que, ao velas em sua essência, me aproximaram da minha própria, e cada um, à sua maneira, tocaram o tambor, aquele que trago no peito, e compuseram uma inesquecível canção, vibrante, forte, alegre, tipo assim... Toca Raul! [...]

Daniel Caetano 





Contribuição: Daniel Caetano

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.